A teoria da mecânica quântica, que permitiu tantos avanços científicos e tecnológicos, continua sendo hoje a mesma que Heisenberg e Schrödinger descobriram em 1925. Desde então, porém, os físicos realizaram importantes avanços na compreensão de suas implicações. Esses avanços começaram a se acelerar na década de 1960, quando a invenção do laser e sua aplicação no estudo das propriedades quânticas da luz expandiram uma área da física conhecida como óptica quântica. A partir da década 1980, vários laboratórios ao redor do mundo desenvolveram técnicas experimentais capazes de manipular átomos e fótons individuais, permitindo, por exemplo, controlar a interação entre um único fóton com um único átomo.
Ao mesmo tempo, os físicos passaram a enxergar a mecânica quântica por uma nova perspectiva. Descobriram que a teoria é mais do que uma explicação para o comportamento de átomos, elétrons e fótons. A mecânica quântica é uma nova teoria da informação. Assim como a teoria da informação clássica, que serve de base para o funcionamento dos computadores e da internet atuais, a teoria da informação quântica poderia ser usada para desenvolver novas maneiras mais eficientes de se processar, armazenar, transmitir e coletar informações.
Agora, décadas depois, essas pesquisas teóricas e experimentais começaram a produzir os seus primeiros resultados tecnológicos: computadores quânticos, capazes de realizar cálculos impossíveis para os computadores convencionais; canais de comunicação quântica totalmente sigilosos e a prova de espionagem; sensores quânticos, muito mais sensíveis que seus precursores clássicos. É uma nova onda de tecnologias, conhecida como A Segunda Revolução Quântica, que promete ser mais revolucionária do que a primeira, já presente no nosso cotidiano.