Em 1925, o físico alemão Max Born (1882-1970), em conjunto com seu assistente Werner Heisenberg e seu aluno de doutorado Pascual Jordan, participou da formulação da mecânica matricial, a primeira versão completa da teoria da mecânica quântica. Os conhecimentos matemáticos de Born foram essenciais para estruturar a nova teoria de forma rigorosa.
No ano seguinte, Born propôs a interpretação correta para as soluções da equação de Schrödinger, as chamadas funções de onda. Ele concluiu que essas funções não descrevem diretamente um objeto físico, como Erwin Schrödinger e outros acreditavam, mas sim as probabilidades de diferentes resultados em medições. Essa proposta foi incorporada à teoria quântica por meio de uma equação conhecida como regra de Born, que relaciona, por exemplo, a função de onda de um elétron com a probabilidade de se encontrar essa partícula em determinada posição. Por essa contribuição decisiva à interpretação probabilística da mecânica quântica, Born recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1954.
Como professor na Universidade de Göttingen, Born teve papel importante na formação de uma geração de físicos teóricos. Seis de seus alunos ou assistentes diretos receberam o Prêmio Nobel, incluindo nomes como o biofísico alemão Max Delbrück (1906-1981), a física nuclear alemã Maria Goeppert-Mayer (1906-1972) e o físico-matemático húngaro Eugene Wigner (1902-1995). Um de seus orientandos mais notáveis foi o físico norte-americano Robert Oppenheimer (1904-1967), diretor do Projeto Manhattan. Em 1935, perseguido pelo regime nazista por ser judeu, Born foi expulso da universidade e se exilou no Reino Unido, retornando à Alemanha Ocidental em 1952.