O Eclipse de Sobral

Faltam poucos minutos para as 9 da manhã do dia 29 de maio de 1919. Os moradores da pequena cidade de Sobral, no interior do Ceará estão atentos ao céu, ansiosos pelos minutos seguintes. Com a mesma energia e expectativa, talvez até mais, os astrônomos ingleses Charles Davidson e Andrew Crommelin e o brasileiro Henrique Morize e sua equipe, aguardam o tão esperado eclipse. O dia está perfeito, nenhuma nuvem no céu para impedir que seus sofisticados equipamentos registrem o acontecimento.

Com tudo pronto, máquinas acopladas a telescópios, equipamentos direcionados para o céu, agora é só esperar. A medida que a lua avança sobre o Sol, o dia começa a transformar-se em noite e, em apenas 5 minutos, a escuridão engoliu a cidade do nordeste brasileiro. Entre uma exclamação de surpresa, a risada de uma criança e as estrelas que passam a ficar visíveis às 9 da manhã, os registros que os cientistas tanto queriam começam a ser obtidos, as fotografias começam a ser tiradas e existe um esforço coletivo para tentar aproveitar cada segundo. A missão é conseguir observar o desvio da rota da luz ao passar pelo Sol, com isso seria possível comprovar a Teoria Geral da Relatividade, proposta por Einstein em 1915. O físico alemão defendia que a massa dos corpos deformava o espaço a sua volta, portanto quando a luz emitida por um astro passasse próxima a uma deformação, ela teria seu percurso alterado: deixaria de ser uma linha reta e sofreria um desvio.

O plano para conseguir comprovar essa ideia seria conseguir fotografar estrelas que estivessem “atrás” do Sol durante um eclipse total. Se as predições de Einstein estivessem corretas, então a luz emitida por essas estrelas deveria sofrer um desvio, que poderia ser registrado nas placas fotográficas. A equipe brasileira também quis aproveitar esse momento único para fotografar a coroa solar, o que poderia ser feito apenas durante um eclipse total, para estudar suas propriedades físicas e químicas.

No fim da expedição os ingleses voltaram para casa com 26 placas fotográficas que registraram um total de 12 estrelas, 7 delas apareceram em todos os registros e foram utilizadas como referência para medir o ângulo do desvio. Em 6 de novembro de 1919 os estudos que comprovaram a Teoria Geral da Relatividade foram apresentados na Royal Astronomical Society, em Londres, fazendo com que o eclipse de Sobral se tornasse um marco na história da Física.

No ano passado comemoramos os 100 anos desse marco histórico e o ICTP-SAIFR organizou diversas atividades de extensão, como cursos, palestras e um evento especial do Ciência em Diálogo. Confira no vídeo ao lado o relato dos palestrantes sobre esse acontecimento!

Reportagem: Ana Luiza Sério (ICTP-SAIFR), Artur Alegre (ICTP-SAIFR), Malena Stariolo (ICTP-SAIFR);
Consultoria Científica: Roberto Costa(IAG-USP);
Edição: Malena Stariolo (ICTP-SAIFR).

Reportagem:
Ana Luiza Sério (ICTP-SAIFR), Artur Alegre (ICTP-SAIFR), Malena Stariolo (ICTP-SAIFR);
Consultoria Científica:
Roberto Costa(IAG-USP);
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Malena Stariolo (ICTP-SAIFR).

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